Feliz Ano Novo aos amigos do blog e aos visitantes!!!
Obrigada pelo que aprendi!
O microcosmo no macrocosmo.............................................................................................................................................. ...................................... ......................................
O que desejamos realmente para o percurso de nossas vidas? O que sentimos como faltante? O que transborda? É simples viver? Do que depende essa percepção? Essa decisão de aquietar a mente, de buscar a experiência do eu individual no encontro com o eu eterno faz parte do processo de viver o silêncio? Esta última pergunta bem poderia ser - também - uma afirmação. Sabemos, intelectualmente, intuitivamente ou através da experiência, que pelo silêncio é possível o aprofundamento do sentimento da paz. Nessa conexão, a plenitude da existência percorre a realidade da vida prática. Quero continuar.
“Para que possamos compreender melhor a necessidade de vencer a si mesmo em cada ato de autêntico perdão, temos que levar em consideração o que já dissemos sobre como, em um ato de perdão, ocorre a penetração das forças e substâncias do Eu Superior no eu inferior. Isso vem sempre associado à necessidade do homem de vencer simultaneamente todas as tendências de seu eu inferior que o fazem fracassar. Porque somente quando as forças deste último (o eu inferior) tenham sido vencidas suficientemente através da vontade moral do homem, poderá o Eu Superior desenvolver sua atividade. Isso significa que o perdão tem sempre caráter de sacrifício.
Também o seu grau de atuação oculta – da qual falaremos mais adiante - é determinado, em primeira instância, precisamente pela dimensão do seu espírito de sacrifício, como se explica na subjugação – ainda que parcial – do Eu Superior sobre o eu inferior. Porque o eu inferior, devido às forças do egoísmo que constantemente lutam dentro dele, resiste ao perdão de todas as maneiras possíveis e se agarra a cada oportunidade ou desculpa para evitar aceitar este passo interior. Por sua própria natureza, o eu inferior do homem está sempre inclinado ao rancor e nunca está disposto a perdoar “voluntariamente”; vê cada ato de esquecimento como algo que fere sua integridade puramente egoísta.
A segunda qualidade principal do verdadeiro perdão é sua própria atividade interior. O verdadeiro perdão – diferentemente do falso – nunca pode ter caráter passivo. Porque não tomamos simplesmente a decisão de “esquecer” a perda ou injustiça que nos tenham cometido, mas que, além disso, tomamos internamente para nós mesmos a obrigação de retificar esse dano objetivo que a má ação produziu, não só para nós, mas para o mundo. Em outras palavras, no verdadeiro perdão, que parte voluntariamente de nossa liberdade interior, tomamos sobre nós a obrigação – até onde nossas forças o permitem – de dar ao mundo tanta compaixão, amor e bondade quanto o prejuízo causado.”
Sergej Prokofieff
Do livro: O SIGNIFICADO OCULTO DO PERDÃO, capítulo VI, página 1)
Em outras leituras sobre assuntos correlatos e também em palestras das quais participei como ouvinte onde se discorria sobre qualidades espirituais, foi possível fazer uma ligação clara com tudo o que este livro transmite.
“Voltei para casa, recapitulando meu dia. E cheguei mais uma vez à conclusão de que não é fácil ser calmo, sereno, alegre e otimista. Instintivamente tendemos ao pessimismo, fechamos o rosto, inculpamos os outros, deixamos de sorrir.”
“A vida vai ensinando ao longo de cada dia: o otimismo, como a felicidade, é um dom raro e precioso que é preciso defender. Um dom raro e precioso que é mister realimentar a cada passo. São tantos os inimigos da alegria, do otimismo, do rosto sorridente e descontraído.”
“A alegria não se compra, não se recebe de presente. Se fosse possível comprá-la, haveria menos gente triste sobre a face da terra. Mas as farmácias e supermercados de nossa sociedade de consumo ainda não conseguiram colocar essa mercadoria importante em suas bancas e prateleiras sortidas.”
“Creio também nos encontros sem palavras... Aqui e ali, experimento uma simpatia secreta por um desconhecido, que encontro na rua, no ônibus superlotado, nas arquibancadas do campo de futebol. Fixo-o, com ternura, e já não o torno a ver. Mas levo-o comigo, nas profundezas do ser. Sinto que a sua alma é a minha: os mesmos anseios, os mesmos temores, as mesmas angústias e esperanças. Quem já não prelibou essa comunhão silenciosa, esse encorajador contato de almas fraternais, que não falaram, mas apenas se olharam? Olhares profundos existem que jamais se esquecem. Perduram, enquanto a vida continua...”
“Amabilidade e gentileza, ternura e respeito só vivem e florescem, quando existe a convicção de que a pessoa humana é sagrada. Toda a paisagem tem céu, toda a beleza supõe altura, todo coração pede infinito!”
Roque Schneider
Do livro: E A VIDA CONTINUA, páginas 31/46/47, 6ª edição, 1978.
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Bom acompanhar pensamentos desta natureza, bom poder guardar por tanto tempo esses reflexos iluminados sobre a vida, bom deixar aqui esses pequenos trechos e a possibilidade de continuar refletindo.
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Solitude noturna, ingrediente para ler e escrever.